Os mamíferos ocupam diversos nichos tróficos, incluindo herbívoros, insetívoros, carnívoros, onívoros, e são fundamentais para regulamentação dos ambientes florestais (Cuarón, 2000; Preuss et al., 2016). A perda de habitat por fragmentação das paisagens naturais associada a atividades cinegéticas são as principais causas da vulnerabilidade de espécies de mamíferos (Mazzolli, 2005; Pereira & Basilio, 2014). Segundo Paglia et al., (2012) são conhecidas no Brasil 701 espécies de mamíferos distribuídas em 12 ordens, das quais 298 ocorrem na Floresta Atlântica. A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais degradado, com cerca de 8% de vegetação nativa remanescente (Myers et al., 2000) e os poucos fragmentos florestais existentes não estão conectados, formando ambientes insulares (ilhas de florestas) circundados por lavouras e pastagens, dificultando a viabilidade da manutenção das comunidades faunísticas e florísticas (Arana, 2007). Ações de reflorestamento e formações de corredores ecológicos interligando os fragmentos surgem como alternativa para manutenção da diversidade de mamíferos, podendo promover a recolonização dos fragmentos, aumento de fluxo gênico e diversidade genética das espécies (Arana, 2007). Entretanto, a literatura científica correlacionando a diversidade de mastofauna em ambientes reflorestados que funcionam como corredores ecológicos são escassos. Normalmente os levantamentos de mamíferos na Mata Atlântica retratam a comunidade em remanescentes florestais nativos, lavouras ou em reflorestamentos de eucalipto (Dotta, 2005; Fonseca, 1997; Silva, 2001; Timo, 2009). O Parque Estadual Morro do Diabo está situado nos domínios da Mata Atlântica, sendo a principal unidade de conservação na região sudoeste do estado de São Paulo, preservando 59 espécies de mamíferos, das quais quatro são endêmicas da Mata Atlântica, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SMA, 2006). O Parque está 23 km a jusante do barramento da Usina Hidroelétrica (UHE) Taquaruçu e inserido na mesma bacia hidrográfica (Paranapanema). A Usina, sob concessão da empresa Rio Paranapanema Energia S.A., está localizada na divisa dos estados de São Paulo e do Paraná e atualmente encontra-se em fase de operação com potencial de geração de 525 megawatts (Toyama, 2009). Leia na íntegra.